Era uma vez um menino de olhos negros que pareciam azeitonas suculentas e brilhantes. Seu sorriso era doce e a sua verdade respirava-se.
Um dia cruzou-se com uma menina mulher que aos 25 anos decidiu sair de casa e viver sozinha. Essa menina, apesar de apaixonada por tudo o que a rodeava, sonhava um dia encontrar um grande amor, mas este nunca lhe bateu à porta.
O que queria, era então, ter um bom trabalho, reconhecimento e viajar para muitos lugares. Deixou de acreditar nas coisas essencialmente boas da vida e cresceu ultrapassando adversidades. Parecia até que a felicidade consistia em superar provas.
Provas de conquista, provas de aquisições, escolher, abdicar… Até que um dia aprendeu que o que a fazia verdadeiramente feliz é o que precisa e não o que queria.
A menina conheceu alguém inesperado. Como amigas, mãe e irmãs haviam dito “Quando menos esperares…” . E então a menina cruzou-se com o menino de olhos negros azeitona.
O menino parecia um pouco débil, tristonho, mas um dia algo mudou. Conforme os astros e as estrelas haviam escrito aquando o seu nascimento, este menino haveria de ser um menino homem, um homem leão. E assim, um dia a sua determinação falou mais alto e o leão sábio foi-se revelando cautelosamente e observando a bela menina mulher. Este não era um leãozinho que quer marcar território, mas que quer aprender a viver e a amar.
E assim cada dia foi uma aprendizagem para os dois. O menino foi tornando-se um homem leão e a menina que apregoava a sua independência e saudável solidão aprendeu a confiar.
O Amor levou-a para as montanhas mais altas do Mundo. A ele, fê-lo dançar desde manhã, quando lavava os dentes, até à noite quando sonhava com encantadoras valsas com a sua amada.
Ela nunca sentira algo assim e agora todos os planos de viajar sozinha não faziam sentido, o que queria , o que idealizara não fazia mais sentido sem aquele que aprendera a dançar por si. Aquele que a ajudava em casa, aquele que a fazia voar no céu e na terra.
As asas que apareciam várias vezes nos seus sonhos de menina abriam-se agora para a elevar a algo que nunca tinha alcançado. O menino, esse passaria a assobiar de forma feliz e quando andava de bicicleta a forma como ziguezagueava era uma ode ao menear da sua menina mulher.